O fim de ano está cada vez mais próximo e por aqui é tempo de exercitar a gratidão. A gratidão se trata do ato de estar ciente e agradecido pelas coisas boas que aconteceram e que ainda acontecem, tendo tempo para expressar esses agradecimentos.
O interessante de se exercitar a gratidão é que ela automaticamente nos transporta para o tempo presente, para o aqui e agora, uma vez que no ato de agradecer não se importa com o que ainda não se obteve no futuro ou que faltou no passado, é um momento dedicado ao que já está, onde foco são as conquistas, as superações e as trocas.
"Como a gratidão envolve querer o que se tem em vez de ter o que se quer, instilar um sentimento de gratidão pode ajudar as pessoas a apreciar os presentes do momento e a experimentar a liberdade de arrependimentos passados e ansiedades futuras”(JJ Froh e colegas).
Não é por acaso que a gratidão é tão usada e citada no campo da saúde mental, pois ela nos ajuda a nos conectar com o presente através daquilo que aquilo que deu certo, que foi bom. Ela impulsiona os sentimentos positivos e o bem-estar.
Tirar um tempo para o agradecimento genuíno também nos ajuda a fazer mais conexão social dada a natureza interpessoal da gratidão. Muitas vezes a gente recebeu algo e ao receber acabamos inclinados a “dar de volta”, em uma espiral alegre e generosa. Por isso, o egoísmo e o individualismo não combinam com a gratidão. Ninguém supera ou conquista as boas coisas da vida sozinho, a gente sempre conta com a "sorte", que nada mais é que uma rede de apoio, seja ela invisível ou não, que nos cerca.
Mas é importante destacar que a gratidão e a obrigação são dois sentimentos distintos. A gratidão é a alegria de retribuir, não há o sentimento de estar em dívida, diferentemente da obrigação, essa faz com que retribuir seja algo imposto, pela cultura ou pelo sentimento de estar em débito.
“A gratidão nada tem a dar, além do prazer de ter recebido. Gratidão é alegria retribuída, é amor retribuído. O reconhecimento ou gratidão é o desejo ou zelo de amor pelo qual nos esforçamos em fazer o bem àquele que o fez a nós, em virtude de um sentimento semelhante de amor por nós"(André Comte-Sponville).
Amor é retribuído sem imposição para realmente ser amor. Por isso, não se sinta obrigado a estar grato, a gratidão vem a medida que seu olhar se abre para ver além e apesar do que ainda falta. Na gratidão até a falta pode ser vista como oportunidade para aprender, para estar mais juntos e conectados, porém jamais com a obrigação.
Outro ponto importante, nunca será preciso agradecer pelas tragédias, violências, guerras e pobreza, essas são combatidas. As oportunidades de fazer diferente sim, essas podemos ser gratos.
Nesse fim de ano, pense desde janeiro até hoje quais foram suas superações das menores às maiores. Lembre-se do que aprendeu de novo, dos lugares onde foi, das pessoas que conheceu, lembre-se de todas as vezes que recebeu um gesto gentil. Lembre-se também de todas as vezes que foi gentil e agiu com com bondade consigo mesmo e com quem estava a sua volta. E se sentir alegria, agradeça!
Então é nossa vez, a HAJA tira esse tempinho para agradecer a todas as superações de 2022, a todas as pessoas que confiaram em nós e participaram dos nossos projetos, aos beneficiários que nos honraram com suas presenças. Agradecemos de coração às parcerias que nos fizeram maior, às organizações e pessoas envolvidas em cada etapa desse ano. Agradecemos todos os aprendizados que nos tornaram mais humanos e todos os olhares carinhosos de agradecimento que também recebemos. Temos muito a fazer, mas temos bastante coisa a agradecer: obrigado a cada um de vocês.
Se tiver muito o que agradecer e muita vontade de compartilhar sua gratidão com o mundo, ainda é tempo de fazer parte desse movimento de combate à pobreza extrema este ano junto de quem tanto precisa com a HAJA. E estaremos lhe aguardando em 2023 para mais superações e conquistas. Até lá e boas festas!
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