Diante do COVID-19 que deixou a desigualdade social ainda mais evidente no Brasil, um recurso está sendo especialmente importante para o enfrentamento da pandemia: a solidariedade.
“São em momentos de ruptura, portanto, que surgem as ações solidárias como um mecanismo de minimizar os danos diante da fragilidade humana e de se reconhecer no lugar do outro”. (Saúde Abril)
A Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR) têm monitorado as doações brasileiras através de dados públicos coletados diretamente na internet ou que são enviados para a associação. Seus dados são atualizados e consolidados semanalmente. As informações são divulgadas através do site de monitoramento no link https://www.monitordasdoacoes.org.br/pt.
De acordo com essas informações, podemos ver no gráfico abaixo o aumento exponencial de doações entre os meses de abril e maio. E de junho a novembro, percebemos um suave aumento com uma tendência a estabilização.
Monitor das Doações COVID-19 - Evolução Semanal
Dentre as causas que receberam mais doações estão a saúde (74%), a assistência social (19%) e a educação (4%). Outra informação relevante, é que segundo o monitor, a maior parte das doações foi de dinheiro (60%) como mostra a tabela sobre o que está sendo doado:
Dentre os doadores, o sistema financeiro se destacou e são grandes potências econômicas. Porém pelo outro gráfico da ABCR, abaixo, percebemos a importância da união entre os diversos setores. E até mesmo as pessoas comuns que, aparentemente, "não tem tanto o que oferecer" materialmente quanto uma grande empresa ou multinacional, representaram parte importante. Dos mais de 6 bilhões já doados, 300 milhões (5%) foram de famílias e indivíduos. Na soma todas essas partes são significativas.
Doação por Setores
Podemos destacar, inclusive, que de acordo com a pesquisa realizada pelo Data Favela quase metade dos brasileiros (49%) realizaram algum tipo de doação desde o início da pandemia. E dentre os moradores de favelas, 63% doaram no período. A solidariedade sempre fez parte da favela e de comunidades mais vulneráveis e na pandemia não foi diferente:
“O levantamento, que entrevistou mais de 3 mil moradores de 239 favelas em todo o país, apontou que os moradores das favelas são mais solidários em diversos contextos: de tomar conta dos filhos de outras pessoas enquanto os pais estão trabalhando, até a divisão de cesta básica com um vizinho que não tem o que comer”. (Agência Brasil)
O que observamos é que "o todo é maior que a soma das partes”. Na matemática essa frase pode não fazer sentido, mas para as relações sim. Ela significa que a relação estabelecida entre as partes envolvidas, nós seres humanos, pela união se torna outra uma parte em si mais forte.
Assim, não é sobre a quantidade doada, mas sobre essa união diversa capaz de criar e potencializar soluções em meio às adversidades. Há doações de diversas formas como vimos: dinheiro, tempo, produtos, serviços, estrutura, isenção de taxas. Foi bem assim, nessa diversidade, que a HAJA teve resultados significativos nesse ano. E, por isso, pôde oferecer alimentos, renda, água potável, produtos de higiene básica, limpeza, assistência social e educação a quem esteve vulnerável.
Esse final de ano será muito diferente e mais complicado para alguns, mas queremos que ele, ainda sim, seja bem especial na HAJA. Para isso contamos com todos vocês que têm nos acompanhado e ajudado, se quiser fazer parte da construção da nossa ceia no projeto em Jardim Gramacho acesse o link.
A solidariedade em tempos conturbados tem a capacidade de nos unir mesmo que a desigualdade e o COVID-19 acabe por nos separar.
Por fim, não poderíamos terminar um texto sobre o tema das doações e sua importância sem agradecer aos diversos nossos diversos doadores, cada um foi importante a sua forma. Você faz parte dessa soma que constrói uma força muito maior para resistir a esse momento.
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